Paralisia infantil: o que é, sintomas, sequelas e prevenção – Tua Saúde
A paralisia infantil, também conhecida como polio ou poliomielite, é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, o poliovírus, que pode causar paralisia permanente de alguns músculos, acontecendo com maior frequência em crianças, no entanto pode também afetar idosos e adultos com o sistema imune enfraquecido ou que não foram vacinados contra a paralisia infantil durante a infância.
O vírus responsável pela paralisia infantil habita naturalmente o intestino, podendo ser transmitido para outras pessoas por meio do contato com objetos, fezes, alimentos ou água contaminados, ou contato com as secreções de uma pessoa infectada, no entanto, o contato com o vírus não necessariamente leva ao desenvolvimento de doença.
Assim, é importante que sejam adotadas medidas de prevenção da infecção, como garantir bons hábitos de higiene das mãos, objetos e alimentos, e tomar a vacina contra a poliomielite, que é indicada a partir das 6 semanas de vida, em 3 doses e 2 de reforço. Dessa forma, é possível prevenir tanto a infecção pelo poliovírus quanto o desenvolvimento de sequelas.
Sintomas da paralisia infantil
Os principais sintomas da paralisia infantil são:
- Dor de garganta;
- Cansaço excessivo;
- Febre baixa;
- Dor de cabeça;
- Mal-estar geral;
- Náuseas ou vômitos;
- Fraqueza muscular;
- Dor ou rigidez nos braços ou nas pernas;
- Prisão de ventre;
- Dor intensa nas costas, pescoço e nos músculos;
- Paralisia de uma ou das duas pernas, sendo notada também flacidez muscular;
- Dificuldade para urinar;
- Dificuldade para falar e engolir;
- Rigidez na nuca;
- Espasmos musculares.
Esses sintomas podem variar de acordo com a gravidade da infecção, sendo que em alguns casos a pessoa pode não apresentar sintomas ou ter sintomas parecidos com os da gripe, e em 95% dos casos, desaparecem após 5 dias sem que seja necessário um tratamento específico.
No entanto, em algumas crianças e adultos com sistema imune enfraquecido ou que não tomaram a vacina da poliomielite, a infecção pode causar complicações, como meningite ou paralisia, e sintomas mais graves.
É fundamental que na presença de sinais e sintomas possivelmente indicativos de paralisia infantil, o médico seja consultado para que sejam realizados exames para confirmar a infecção e, assim, serem iniciadas as medidas de suporte. Conheça mais sobre a poliomielite.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da paralisia infantil é feito pelo pediatra, no caso de crianças, ou clínico geral, no caso de adultos, através da avaliação dos sintomas, histórico de vacinação e de saúde, além de análises laboratoriais, como exames de sangue e fezes.
Além disso, o médico deve solicitar um exame de punção lombar, para avaliar a presença do vírus no líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal, além de ressonância magnética do cérebro e medula espinhal, de forma a descartar outras doenças que podem ter sintomas semelhantes, como infecções pelos vírus enterovírus A71 ou coxsackie A, síndrome de Guilláin-Barré, miastenia gravis ou rabdomiólise, por exemplo. Saiba como é feita a punção lombar.
Causas da paralisia infantil
A paralisia infantil é causada pelo poliovírus, que é um vírus que pode ser facilmente encontrado no intestino. Assim, a transmissão pode acontecer através do contato fecal-oral por meio do consumo de alimentos ou água contaminados. Além disso, a transmissão pode acontecer quando se entra em contato com secreções liberadas por uma pessoa infectada ao tossir, espirrar ou falar, por exemplo.
Apesar de poder ser facilmente transmissível, o desenvolvimento da doença pode ser impedido através da vacinação, que deve ser feita ainda na infância.
Como é feito o tratamento
Não existe tratamento para a paralisia infantil, no entanto, é possível realizar fisioterapia para tratar as sequelas e tem como principal objetivo promover a estimulação e o desenvolvimento dos músculos atrofiados, além de ajudar a melhorar a postura.
Pode ser também indicado para as crianças que seja feito o acompanhamento com um terapeuta ocupacional para estimular o desenvolvimento das habilidades, melhorando a qualidade de vida.
Possíveis sequelas da paralisia infantil
As sequelas da paralisia infantil estão relacionadas com as alterações do sistema nervoso causadas pelo vírus e normalmente estão presentes em pessoas que foram infectadas e desenvolveram a doença ainda na infância, sendo as mais comuns:
- Paralisia permanente de uma das pernas;
- Paralisia dos músculos da fala e do ato de engolir, que pode levar ao acúmulo de secreções na boca e na garganta;
- Crescimento diferente das pernas, podendo causar alteração na curvatura da coluna;
- Atrofia muscular;
- Maior sensibilidade ao toque;
- Dificuldade para falar;
- Pé torto.
Pessoas que sofrem com paralisia infantil há mais de 30 anos podem também desenvolver a síndrome pós-pólio, que gera sintomas como fraqueza, sensação de falta de ar, dificuldade para engolir, fadiga e dor muscular, mesmo nos músculos não paralisados. Neste caso, a fisioterapia realizada com alongamentos musculares e exercícios respiratórios pode ajudar a controlar os sintomas da doença.
Como prevenir
A melhor forma de prevenção da paralisia infantil é tomar a vacina contra a poliomielite, cuja indicação pode variar de acordo com a idade que é administrada:
- Bebês e crianças: a vacina é feita em 3 doses e 2 doses de intervalo. As primeiras três doses são dadas com intervalo de dois meses (2, 4 e 6 meses de idade) e o reforço da vacina feito com 15 meses e 4 anos de idade.
- Adultos: são recomendadas 3 doses da vacina, a segunda dose deve ser aplicada após 1 ou 2 meses da primeira e a terceira dose deve ser aplicada após 6 a 12 meses após a segunda dose.
Os adultos que não tomaram a vacina na infância podem fazer a vacinação em qualquer idade, mas especialmente quando precisam viajar para países com elevados números de casos de poliomielite. Veja mais detalhes da vacina contra a poliomielite.