O que causa e como diagnosticar o Alzheimer

A doença de Alzheimer é um tipo de síndrome demencial que causa degeneração progressiva dos neurônios do cérebro e comprometimento das suas funções cognitivas, como a memória, atenção, linguagem, orientação, percepção, raciocínio e pensamento. Para entender quais são os sintomas, veja os sinais de alerta para a doença de Alzheimer.

Existem algumas hipóteses que tentam demonstrar o que provoca esta doença, e que explicam muitos dos sintomas que surgem ao longo do seu desenvolvimento, mas se sabe que o Alzheimer está relacionado à junção de várias causas que incluem a genética e outros fatores de risco como envelhecimento, sedentarismo, traumatismos cranianos e tabagismo, por exemplo.

Assim principais possíveis causas para a doença Alzheimer são:

1. Genética

Foram demonstradas alterações em alguns genes, que influenciam no funcionamento do cérebro, como os genes da APP, apoE, PSEN1 e PSEN2, por exemplo, que parecem estar relacionados com lesões nos neurônios que levam à doença de Alzheimer, mas ainda não se sabe exatamente o que determina as alterações.

Apesar disto, menos da metade dos casos desta doença são de causa hereditária, ou seja, é passado pelos pais ou avós da pessoa, que é o Alzheimer familiar, que acontece em pessoas mais jovens, com 40 a 50 anos, tendo uma piora muito rápida. As pessoas afetadas por essa variação do Alzheimer, tem 50 % de chance de transmitir a doença para os filhos.

O tipo mais comum, entretanto, é o Alzheimer esporádico, que não tem relação com a família e acontece em pessoas acima dos 60 anos, mas ainda há dificuldades para encontrar a causa desta condição.

2. Acúmulo de proteínas no cérebro

Observou-se que pessoas com a doença de Alzheimer têm um acúmulo anormal de proteínas, chamadas proteína Beta-amiloide e proteína Tau, que causam inflamação, desorganização e destruição das células neuronais, principalmente nas regiões do cérebro chamadas de hipocampo e córtex.

Sabe-se que estas alterações são influenciadas pelos genes que foram citados, entretanto, ainda não se descobriu o que causa este acúmulo exatamente, e nem o que fazer para impedi-lo, e, por isto, a cura do Alzheimer ainda não foi encontrada.

3. Diminuição do neurotransmissor acetilcolina

A acetilcolina é um importante neurotransmissor liberado pelos neurônios, com um papel muito importante para transmitir os impulsos nervosos do cérebro e permitir que este funcione adequadamente.

Sabe-se que, na doença de Alzheimer, a acetilcolina está diminuída e os neurônios que a produzem se degeneram, mas ainda não se sabe a causa. Apesar disto, o tratamento atual que existe para esta doença é o uso de remédios anticolinesterásicos, como Donepezila, Galantamina e Rivastigmina, que atuam para aumentar a quantidade desta substância, o que, apesar de não curar, retarda a progressão da demência e melhora os sintomas.

4. Riscos do ambiente

Mesmo que existam riscos por causa da genética, o Alzheimer esporádico também se manifesta devido à condições que são influenciadas pelos nossos hábitos, e que causam inflamação no cérebro, como:

  • Excesso de radicais livres, que se acumulam no nosso corpo devido a alimentação inadequada, rica em açúcares, gorduras e alimentos industrializados, além de hábitos como fumar, não praticar atividade física e viver sob estresse;
  • Colesterol elevado aumenta as chances de ter Alzheimer, por isso é importante controlar esta doença com medicamento para o colesterol, como Sinvastatina e Atorvastatina, além de ser outro motivo para cuidar da alimentação e praticar atividade física regularmente;
  • Aterosclerose, que é o acúmulo de gordura nos vasos causado por condições como pressão alta, diabetes, colesterol elevado e tabagismo, pode diminuir a circulação de sangue para o cérebro e facilitar o desenvolvimento da doença;
  • Idade acima dos 60 anos é um grande risco para o desenvolvimento desta doença, pois, com o envelhecimento, o corpo não consegue reparar as alterações que podem surgir nas células, o que aumenta o risco de doenças;
  • Lesão cerebral, que acontece após traumatismo craniano, em acidentes ou prática de esportes, por exemplo, ou por um AVC, aumenta as chances de destruição dos neurônios e desenvolvimento do Alzheimer.
  • Exposição a metais pesados, como o mercúrio e alumínio, pois são substâncias tóxicas que podem se acumular e causar lesões em vários órgãos do corpo, inclusive o cérebro.

Por estes motivos, uma importante forma de evitar o mal de Alzheimer é ter hábitos de vida saudáveis, preferindo uma alimentação rica em vegetais, com poucos produtos industrializados, além da prática de atividade física. Veja quais são as atitudes que se deve ter para viver muito e com saúde.

5. Vírus da herpes

Estudos recentes têm indicado que outra possível causa do Alzheimer é o vírus responsável pela herpes labial, o HSV-1, que pode entrar no organismo ainda durante a infância e permanecer adormecido no sistema nervoso, sendo reativado apenas em períodos de estresse e enfraquecimento do sistema imunológico.

Os cientistas indicam que as pessoas portadoras do gene APOE4 e do vírus HSV-1 possuem maiores chances de ter Alzheimer. Além disso, com o avançar da idade, há o enfraquecimento do sistema imunológico, o que pode favorecer a chegada do vírus ao cérebro, sendo ativado em períodos de estresse ou diminuição do sistema imune, e resultando em acumulação de proteínas anormais beta-amiloides e tau, que são característicos do Alzheimer. Vale salientar que nem todas as pessoas que possuem o vírus HSV-1 vão necessariamente desenvolver Alzheimer.

Devido à descoberta da possível relação entre o vírus da herpes e o desenvolvimento de Alzheimer, os pesquisadores têm procurado opções de tratamento que possam ajudar a retardar os sintomas do Alzheimer ou até mesmo curar a doença através do uso de medicamentos antivirais, como o Aciclovir, por exemplo.

5 principais causas do Alzheimer e como é feito o diagnóstico

Como diagnosticar

O Alzheimer é suspeitado quando existem sintomas que demonstram alteração da memória, principalmente a memória mais recente, associado a outras alterações do raciocínio e comportamento, que pioram com o tempo, como:

  • Confusão mental;
  • Dificuldade para memorizar a aprender informações novas;
  • Fala repetitiva;
  • Diminuição do vocabulário;
  • Irritabilidade;
  • Agressividade;
  • Dificuldades para dormir;
  • Perda da coordenação motora;
  • Apatia;
  • Incontinência urinária e fecal;
  • Não reconhecer pessoas conhecidas ou da família;
  • Dependência para as atividades diárias, como ir ao banheiro, tomar banho, usar o telefone ou fazer compras.

Para o diagnóstico do Alzheimer é necessária a realização de testes do raciocínio como o Mini exame do estado mental, Desenho do relógio, Teste da influência verbal e outros testes Neuropsicológicos, feitos pelo neurologista ou geriatra.

Podem, ainda, ser solicitados exames como ressonância magnética do encéfalo para detectar alterações cerebrais, além de exames clínicos e de sangue, que podem descartar outras doenças que causam alterações da memória, como hipotireoidismo, depressão, deficiência de vitamina B12, hepatites ou HIV, por exemplo.

Além disto, o acúmulo de proteínas beta-amiloide e proteína Tau podem ser verificadas pelo exame de coleta do líquido céfalo-raquidiano, mas, por ser caro, nem sempre está disponível para a realização.

Imagem ilustrativa do questionárioA sua memória está boa?

  • Tenho boa memória, apesar de haver pequenos esquecimentos que não interferem no meu dia-a-dia.
  • Às vezes esqueço algumas coisas como a pergunta que me fizeram, esqueço compromissos e onde deixei as chaves.
  • Costumo esquecer o que fui fazer na cozinha, na sala, ou no quarto e também o que estava fazendo.
  • Não consigo lembrar de informações simples e recentes como o nome de quem acabei de conhecer, mesmo se me esforçar muito.
  • É impossível lembrar onde estou e quem são as pessoas à minha volta.

Você sabe que dia é hoje?

  • Geralmente sou capaz de reconhecer as pessoas, os lugares e sei que dia é hoje.
  • Não me lembro muito bem que dia é hoje e tenho uma leve dificuldade para guardar datas.
  • Não sei bem em que mês estamos, mas sou capaz de reconhecer locais familiares, mas fico meio confuso em locais novos e posso me perder.
  • Não me lembro exatamente quem são meus familiares, onde moro e não me lembro de nada do meu passado.
  • Tudo que sei é o meu nome, mas às vezes lembro-me dos nomes dos meus filhos, netos ou outros parentes

Você ainda é capaz de tomar decisões?

  • Sou plenamente capaz de resolver problemas cotidianos e lido bem com questões pessoais e financeiras.
  • Tenho alguma dificuldade para entender alguns conceitos abstratos como porque uma pessoa pode ficar triste, por exemplo.
  • Estou me sentindo um pouco inseguro e tenho medo de tomar decisões e por isso prefiro que os outros decidam por mim.
  • Não me sinto capaz de resolver qualquer problema e a única decisão que tomo é o que quero comer.
  • Não sou capaz de tomar nenhuma decisão e sou totalmente dependente da ajuda de outras pessoas.

Você ainda tem uma vida ativa fora de casa?

  • Sim, consigo trabalhar normalmente, faço compras, estou envolvido com a comunidade, igreja e outros grupos sociais.
  • Sim, mas estou começando a ter alguma dificuldade para dirigir mas ainda me sinto seguro e sei lidar situações de emergência ou não planejadas.
  • Sim, mas sou incapaz de ficar sozinho em situações importantes e preciso de alguém para me acompanhar em compromissos sociais para conseguir parecer uma pessoa “normal” para os outros.
  • Não, não saio de casa sozinho porque não tenho capacidade e preciso sempre de ajuda.
  • Não, sou incapaz de sair de casa sozinho e estou muito doente para isso.

Como estão suas habilidades dentro de casa?

  • Ótimas. Continuo tendo tarefas dentro de casa, tenho hobbies e interesses pessoais.
  • Já não tenho vontade de fazer nada dentro de casa, mas se insistirem, posso tentar fazer alguma coisa.
  • Abandonei completamente minhas atividades, assim como hobbies e interesses mais complexos.
  • Tudo o que sei é tomar banho sozinho, me vestir e ver televisão e não sou capaz de fazer nenhuma outra tarefa dentro de casa.
  • Não sou capaz de fazer nada sozinho e preciso de ajuda para tudo.

Como está sua higiene pessoal?

  • Sou totalmente capaz de me cuidar, vestir, lavar, tomar banho e usar o banheiro.
  • Estou começando a ter alguma dificuldade para cuidar da minha própria higiene pessoal.
  • Preciso que outros me lembrem de que tenho que ir ao banheiro, mas consigo fazer minhas necessidades sozinho.
  • Preciso de ajuda para me vestir e me limpar e às vezes faço xixi na roupa.
  • Não consigo fazer nada sozinho e preciso que outra pessoa cuide da minha higiene pessoal.

Seu comportamento está mudando?

  • Tenho um comportamento social normal e não há nenhuma mudanças na minha personalidade.
  • Tenho pequenas mudanças no meu comportamento, personalidade e controle emocional.
  • Minha personalidade está mudando aos poucos, antes eu era muito simpático e agora estou meio rabugento.
  • Dizem que eu mudei muito e já não sou a mesma pessoa e já sou evitado pelos meus antigos amigos, vizinhos e parentes distantes.
  • Meu comportamento mudou muito e me tornei uma pessoa difícil e desagradável.

Você consegue se comunicar bem?

  • Não tenho nenhuma dificuldade para falar ou escrever.
  • Estou começando a ter alguma dificuldade em encontrar as palavras certas e levo mais tempo para completar meu raciocínio.
  • Está cada vez mais difícil encontrar as palavras certas e tenho tido dificuldade para nomear objetos e noto que tenho menos vocabulário.
  • Está muito difícil me comunicar, tenho dificuldade com as palavras, de entender o que me dizem e não sei bem ler ou escrever.
  • Simplesmente não consigo me comunicar, não falo quase nada, não escrevo e não entendo muito bem o que me dizem.

Como está seu humor?

  • Normal, não noto nenhuma mudança no meu humor, interesse ou motivação.
  • Por vezes fico triste, nervoso, ansioso ou deprimido, mas sem grandes preocupações na vida.
  • Fico triste, nervoso ou ansioso todos os dias e isso tem se tornado cada vez mais frequente.
  • Todos os dias sinto-me triste, nervoso, ansioso ou deprimido e não tenho qualquer interesse ou motivação para realizar qualquer tarefa.
  • A tristeza, depressão, ansiedade e o nervosismo são meus companheiros diários e perdi totalmente meu interesse pelas coisas e já não tenho motivação para nada.

Você consegue se concentrar e prestar atenção?

  • Tenho uma atenção perfeita, boa concentração e ótima interação com tudo o que está à minha volta.
  • Estou começando a ter dificuldade em prestar atenção em alguma coisa e fico sonolento durante o dia.
  • Tenho alguma dificuldade de atenção e pouca concentração e por isso posso ficar olhando fixamente para um ponto ou de olhos fechados durante algum tempo, mesmo sem dormir.
  • Passo boa parte do dia dormindo, não presto atenção em nada e quando converso digo coisas sem lógica ou que não têm relação ao tema da conversa.
  • Não consigo prestar atenção a nada e sou completamente desconcentrado.

Tratamento para Alzheimer

O tratamento para o Alzheimer consiste em diminuir os sintomas da doença, contudo esta enfermidade ainda não tem cura. Para o tratamento sugere-se o uso de medicamentos, como Donepezila, Galantamina, Rivastigmina ou Memantina, além de estímulos com a prática de fisioterapia, terapia ocupacional e psicoterapia.

Saiba mais sobre como é feito o tratamento para a doença de Alzheimer.

Fonte: www.tuasaude.com/causas-do-alzheimer

Sobre o autor | Website